1989 – eu tinha 10 anos, nossa casa era dividida com a empresa de meu pai. Na parte da frente, uma varanda, um escritório, um estúdio e um pequeno laboratório P&B. Nos fundos, um quintal onde eu e meu irmão brincávamos muito e mais atrás um barracão onde foi instalado um laboratório para fotos a cores.
Apesar de não entender muito os processos, eu gostava de ficar ali vendo meu pai revelar e ampliar as fotos.
Acho que foi neste momento que o cheiro do hipossulfito me viciou…
1991/92 – já havíamos nos mudado de endereço, mas a empresa continuava junto à residência. Via meu pai preparando químicos, havia um funcionário laboratorista, mas sempre que dava, eu ia para o laboratório e ficava secando as fotos na secadora.
A empresa de meus pais era, na época, um dos principais Estúdios de fotografia de eventos sociais em BH. Havia vários funcionários e inúmeros fotógrafos e cinegrafistas que faziam parte da equipe.
Vendo todo aquele movimento, decidi que queria aprender a fotografar e então pedi a meu pai que me ensinasse. Ele pegou o livro que havia usado para aprender a fotografar e me entregou dizendo que quando eu terminasse de ler, podia conversar com ele de novo sobre o assunto… em uma semana eu já o havia devorado! E estava ávida para por as mãos em uma câmera…
Mas, não foi isso que aconteceu… após muita insistência, meu pai me deixou fazer a “segunda” luz durante as sessões em estúdio.
Ele usava dois Frata 140, sendo que um ficava com ele e o outro, montado num tripé que ele mesmo posicionava, tarefa que passei a executar. De início, ele me dizia onde queria que o tripé fosse colocado, depois, com o tempo, fui aprendendo a enxergar a luz e até me sentia à vontade para fazer sugestões…